Reforma Tributária: Como vai impactar a sua empresa e o que você precisa fazer ainda este ano

Introdução

A tão esperada Reforma Tributária já é uma realidade e trará mudanças profundas na estrutura de tributos sobre o consumo no Brasil. Mais do que uma alteração na carga tributária, trata-se de uma verdadeira transformação do modelo fiscal brasileiro. Se você é empresário, contador ou gestor financeiro, atenção: as adaptações já começaram, e 2026 está logo ali.

Neste artigo, vamos explicar os principais pontos da reforma, os impactos práticos nas empresas, prazos críticos e o que você deve fazer agora para estar em conformidade e evitar riscos fiscais e operacionais.

1. Reforma Tributária: O que está mudando?

A reforma atual foca na tributação sobre o consumo e já começou a ser implementada com a promulgação da Emenda Constitucional 132/2023 e a Lei Complementar 214/2025.

Os principais pontos são:

• Fim do PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS.

• Criação de dois novos tributos:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — substitui PIS, COFINS e parte do IPI.

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) — substitui ICMS e ISS.

• Implantação de um IVA dual, com arrecadação federal (CBS) e estadual/municipal (IBS).

• Criação de um Imposto Seletivo para produtos que impactam negativamente a saúde ou o meio ambiente.

2. Cronograma de Implantação: atenção aos prazos

A transição será feita ao longo de 7 anos:

• 2025: ano de preparação — empresas devem adaptar sistemas e revisar processos.

• 2026: entrada dos tributos em regime de teste: CBS (0,9%) e IBS (0,1%), sem recolhimento, apenas informação em nota fiscal.

• 2027: extinção do PIS e COFINS. CBS passa a valer de forma definitiva.

• 2029 a 2032: transição gradual do ICMS e ISS para o IBS.

• 2033 em diante: modelo totalmente novo em vigor.

3. Por que sua empresa precisa se preparar agora?

A principal exigência já em 2026 será a emissão correta das notas fiscais com os campos de CBS e IBS preenchidos, mesmo sem recolhimento. A não adequação pode travar o faturamento e paralisar a empresa.

Pontos de atenção:

• Revisão e parametrização dos sistemas de ERP e documentos fiscais.

• Atualização dos códigos fiscais com o novo CLTrib (Código de Legislação Tributária).

• Adequação aos layouts técnicos da NF-e e NFSe, conforme as Notas Técnicas já publicadas.

• Revisão de contratos de longo prazo, cláusulas de tributação e precificação.

• Treinamento de equipes (não apenas gestores).

4. Impactos por área da empresa

A reforma impacta toda a operação, não apenas a contabilidade:

• Financeiro: nova lógica de apuração por regime de caixa e retenção automática (split payment).

• TI: adaptação de sistemas para emissão e recepção de documentos fiscais com as novas estruturas.

• Compras e vendas: mudanças na lógica de crédito e débito, revisão de fornecedores (impacto do inadimplemento).

• Jurídico: revisão de contratos e cláusulas de reajuste/preço.

• Comercial: nova estrutura de precificação, considerando alíquotas variáveis até 2032.

5. Simples Nacional: ficou de fora?

Não! Empresas do Simples também precisam estar atentas:

• Ainda que possam continuar no modelo atual, será possível optar por tributar IBS e CBS por fora.

• Essa decisão afeta diretamente a possibilidade de transferência de crédito, impactando negociações B2B.

• Empresas do Simples precisam avaliar: ficar no regime atual ou optar por tributar por fora?

• A decisão deve ser tomada com base em simulações, análises de contratos e mapeamento de clientes.

6. Créditos de PIS/COFINS e Estoque: atenção ao fim de 2026

Empresas com saldo de créditos de PIS/COFINS têm até 31/12/2026 para garantir a escrituração desses créditos.

A partir de 01/01/2027:

• Créditos escriturados poderão ser utilizados para abatimento da CBS.

• Estoques precisam ser inventariados para aproveitamento correto do crédito.

Conclusão: O que sua empresa deve fazer agora?

1. Crie um cronograma de preparação, por fases.

2. Mapeie os impactos por área, segmento e tipo de operação.

3. Atualize seus sistemas e documentos fiscais até dezembro de 2025.

4. Reveja contratos e cláusulas tributárias.

5. Escreva os créditos de PIS/COFINS corretamente.

6. Treine toda a equipe, não só a liderança.

7. Fale com seu contador de confiança.

Atenção: 2025 é o último ano para se preparar. Em 2026, a operação precisa estar em conformidade.

Se você ainda não começou a se adaptar, conte com a equipe da Simples. Estamos acompanhando de perto cada mudança e podemos te ajudar a passar por essa transição com segurança, planejamento e inteligência tributária.

Ficou com dúvida? Deixa que a gente simplifica. Fale conosco.

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